É vasta a mitologia acerca da apresentadora Xuxa. Já ouvi de tudo: que ela fez pacto com o diabo, que faz magia negra numa capela em sua casa, que um jardineiro a teria visto se transmutar num demônio, que ela não poderia fazer sexo devido ao pacto e que por isso contratou o pai de Sasha para fazer inseminação artificial, que suas músicas têm mensagens subliminares satânicas… enfim, as histórias correm soltas e descontroladas. O que é verdade nisso tudo não se sabe – se é que alguma dessas informações é verdadeira – mas o fato é que proliferam lendas e mais lendas sobre a ”rainha dos baixinhos”. Como nosso papel não é especular nem julgar, vamos ater-nos apenas aos fatos, deixando de lado toda a mitologia em torno de Maria da Graça, a Xuxa.

Nessa história, Xuxa vive Kika, professora do interior que sonha em ser atriz. Só que um feitiço a transforma em criança e a partir daí ela se envolve em muitas confusões. O longa-metragem é tudo o que se poderia esperar de um filme de Xuxa: previsível, bobinho e colorido. Se a apresentadora não fosse o ponto focal nem a estrela da produção, nenhum crítico hesitaria em dizer que o filme é fraquíssimo.
As atuações são bastante ruins, tirando a da sempre ótima veterana Dirce Migliaccio. As crianças-atrizes deixam a desejar e Xuxa interpreta, como sempre, Xuxa. Felizmente, ela mesma reconhece que está longe de ser atriz (confira em NEWS), mas sua persona é mais forte que seu talento frente às câmeras. O resultado é que todo ano temos de aturar mais um produto do seu império comercial. A história é pueril e pode-se até relevar sua superficialidade, se pensarmos que é direcionada a crianças. Mas elas mereciam mais.
Vá lá que a trama procura fazer-se politicamente correta ao abordar questões ambientais, só que isso não equilibra a balança. Mas é preciso admitir: se ”Xuxa em Sonho de Menina” oferece um grande avanço em relação a seus predecessores é o fato de que não traz cantores da moda como pseudoatores. E, principalmente, o público é poupado dos tradicionais números musicais – só há um, cantado por Xuxa, com direito a chuva de balões no fim.
No ”Programa do Jô” de 20/12/2007, a apresentadora confessou que a grande mensagem de ”Xuxa em Sonho de Menina” é praticamente similar à de ”O Segredo” (veja a crítica no CINEGOSPEL), segundo a qual o que te acontece é resultado dos seus desejos. E, é bom ressaltar, essa filosofia é claramente antibíblica, uma vez que tira de Deus o poder de decisão e o transfere para a nossa própria vontade. Xuxa prega agora o mote ”querer, poder e conseguir” como sendo a fórmula do sucesso. Só que isso é propaganda enganosa: nem sempre querer é poder e muito menos conseguir. Não é assim que se realizam sonhos.
De ”Amor estranho amor” para ”Xuxa em Sonho de Menina” muitas águas rolaram. Mas a apresentadora ainda deve ao público um filme sério, com mensagens não só corretas, mas verdadeiras. Possivelmente, isso é uma utopia. Até lá, teremos que agüentar as lendas de terror sobre uma Xuxa que seria satanista e os filmes antibíblicos de uma Xuxa que não é atriz.
Maurício Zágari Tupinambá
Equipe CINEGOSPEL
Estréia prevista no Brasil: 21/12/2007
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