Loucas por amor, viciadas em dinheiro * Crítica

3 04 2008

mad-money-1.jpg Em que momento saímos dos trilhos?

“Não furtarás” (Ex 20.15). ”O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm 6.10). ”Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes” (Hb 13.5). Essas são apenas três passagens bíblicas que mostram por que são completamente reprováveis as atitudes adotadas pelas personagens de Diane Keaton, Queen Latifah e Katie Holmes no filme ”Loucas por amor, viciadas em dinheiro”. Funcionárias de uma instituição bancária federal dos Estados Unidos, elas se juntam e decidem roubar todo um lote de dólares que está para ser destruído. As ladras põem em prática o plano e, no decorrer do filme, vão surgindo confusões provocadas por sua decisão.

mad-money-2.jpgO grande problema é que em nenhum momento elas pagam o pato pela decisão de furtar o que não lhes pertence. Também não demonstram remorso por nada do que fizeram e sempre querem mais e mais. E mais. Mentir, furtar e quebrar a lei não é nada, o importante são os benefícios que essas atitudes promovem. O comportamento do trio pode ser resumido numa frase que uma delas diz a certa altura: ”Dinheiro não compra felicidade, mas compra todo o resto”. É por aí.
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mad-money-3.jpg“Loucas por amor, viciadas em dinheiro” faz uma defesa subliminar do materialismo. O que o roteiro advoga é: não estamos felizes? Dinheiro é a solução. Queremos coisas melhores? Dinheiro é a solução. Estamos deprimidos? Dinheiro é a solução. Precisamos de amigos? Dinheiro é a solução. Nosso filho tem problemas? Dinheiro é a solução. Ambição. Ganância. E não há redenção no final. Pois há filmes em que os personagens passam por tudo isso mas antes de os créditos subirem descobrem o que é realmente importante na vida. E passam a dar valor ao que de fato tem valor. Mas este não. O filme termina e dinheiro continua sendo a solução para todos os males. E, nesse sentido, é um filme anticristão.
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donald.jpgO roteiro foi escrito como uma grande comédia e realmente é capaz de provocar gargalhadas. Mas aqui cabe uma reflexão. Recentemente fui a um casamento, onde encontrei um grupo de evangélicos. Em dado momento, um deles sacou o celular, onde havia um vídeo do Pato Donald fazendo uma típica ”oração pentecostal” (foto). Todos caíram na risada diante daquela demonstração de falta de reverência a Deus, de uso do nome de Jeová em vão, de dessacralização daquilo que é extremamente santo. Mas todos acharam graça. De igual modo, este filme é capaz de causar riso atrás de riso. A pergunta é: deveríamos considerar engraçado algo que contradiz tão frontalmente os mandamentos de Deus?

Que o mundo divirta-se com gente que furta sem o menor constrangimento é normal. Ou com vídeos que ridicularizam nossa comunicação com o Todo-Poderoso. Mas quando nós, raça eleita, rimos com isso é sinal de que algo está errado. Muito errado.

mad-money-4.jpgHá tempo para chorar e tempo para se alegrar. Nos alegremos, então, com o que é belo e edificante. Nunca com o que é crime e blasfêmia. Mas se os cristãos continuarem a zombar de si mesmos e a se regozijar com atitudes que confrontam a ética bíblica, é sinal que temos de voltar atrás e promover uma profunda análise sobre em que momento saímos dos trilhos. E voltar a eles com a máxima urgência. Pense nisso.
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Maurício Zágari Tupinambá
Jornalista
Professor de Teologia Prática e Filosofia

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2 responses

3 04 2008
* * * C I N E G O S P E L * * * Cinema do ponto de vista cristão †

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9 05 2008
* * * C I N E G O S P E L * * * Cinema do ponto de vista cristão †

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